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Entrada R$1,00

RELATÓRIO PARA A PETROBRAS


CORTINAS LYRICAS
PATROCÍNIO PETROBRAS

RELATÓRIO – PRIMEIRO SEMESTRE 2011


Foram realizadas 38 apresentações, de 13 de março a 24 de julho de 2011, sendo duas a mais do que o combinado, com a cobrança de um ingresso simbólico de R$1,00.

Objetivos alcançados:

-       O Teatro Oficina abriu as portas para a música e começa a ser visto como uma nova opção de espaço no mundo da música erudita e popular.  Os projetos continuam chegando, mesmo depois do encerramento desta fase da série, em 24 de julho.  Os artistas começam a saber, pelo boca-a-boca, ou pelos anúncios na Revista Concerto, jornais ou internet, que há essa nova possibilidade de espaço para mostrarem seus trabalhos: o espaço totalmente alternativo do Teatro Oficina.

-       Além de os artistas que se apresentaram terem adorado o espaço sui generis do Teatro Oficina, eles também adoraram a atmosfera menos pomposa e formal que demos à série.  Anexo, depoimento de uma dupla que se apresentou (ANEXO I – depoimento Marcelo Brazil).

-       Conseguimos cativar pessoas que passaram a ser público bastante assíduo.  Conseguimos atrair, além de moradores da vizinhança (como as senhoras idosas Dona Julia, Dona Judith e suas amigas), também jovens profissionais que se identificam com alguma forma de arte, como o Doutor Daniel Bernardino (poeta) e a restauradora Renata Sperandio (dançarina).  Também conseguimos atrair pessoas que moram longe, como o senhor Sérgio Hotimski e sua esposa (ANEXO II – depoimento Sérgio Hotimski).  Também tivemos visitantes de longe que ficaram encantados e continuam mantendo contato (ANEXO III – depoimento de Bete Christofoletti da Amazônia).  A Bete inclusive veio da Rondônia esta semana especialmente para a estréia da Macumba Antropófaga e para o aniversário de 50 anos do Teatro Oficina, de tanto que ficou encantada com o espaço e nossas propostas.  Conseguimos também chamar a atenção de um correspondente de música erudita do Japão - o Kazuo, que assistiu à maioria das apresentações e postou vários trechos no youtube.  (ANEXO IV – depoimento Kazuo).  Ganhamos a simpatia de Nilcéia Baroncelli, jornalista, compositora e musicista, que escreveu em seu blog sobre uma das apresentações, que assistiu acompanhada por seu marido, Sergio De Nutti, que trabalhou no Theatro Municipal de São Paulo por cerca de 30 anos.

-       Recebemos cantores de primeiríssima, como o tenor Martin Muehle, que está estourando como um dos tenores de mais bela e potente voz da atualidade.  No momento, Martin está em Montevideu, cantando I Pagliacci e Cavalleria Rusticana.  Acabou de cantar Carmen em Buenos Aires, e, este semestre, cantará A Valquíria, de Wagner, no Theatro Municipal de SP.  Adélia Issa (soprano) e Eduardo Janho-Abumrad (baixo) foram outros dois nomes de destaque, com vastas e sólidas carreiras como cantores de ópera no Brasil e no exterior.  Mas, também demos espaço para jovens cantores que já despontam nos palcos da música erudita, como os sopranos Milena Tarasiuk, Larissa Lima e Nadja Sousa, ou o tenor Marco Antonio Jordão.  Ou uma garotada ainda mais jovem que apresentou uma versão pocket da opereta Os Piratas de Penzance, dos ingleses Gilbert e Sullivan.

O ecletismo desta fase da série foi outro fator positivo.  Dentro da música instrumental, fomos da Obra para Alaúde na Europa Renascentista, com a alaudista Fernanda Bertinato, à música contemporânea com o percussionista da OSESP Ricardo Bologna.  Outros nomes presentes na série, que marcam o cenário da música instrumental da atualidade: os multi-instrumentistas Carlinhos Antunes, Mario Aphonso III e Gabriel Levy, o contrabaixista Rogerio Botter Maio, dentre muitos outros.

Na música cantada, visitamos os séculos XVII e XVIII e suas Árias Antigas. Passamos por clássicos da ópera, como Mozart, aos clássicos da música popular americana, Cole Porter e Gerschwin dentre outros, aos clássicos da música popular brasileira, Chico, Caetano, Gil, Marisa Monte, dentre outros.

Abrangemos mais de 100 anos de música brasileira – de Chiquinha Gonzaga (1847-1935) e Ernesto Nazareth (1863-1934), a composições de artistas que despontam no cenário da música brasileira de hoje: Edmundo Villani-Cortes, Carlinhos Antunes, Gabriel Levy, Rogerio Botter Maio, Thomas Rohrer, dentre outros.

Passamos pela música romena e sérvia, com Vesna Bankovic e Dana Radu, e pela música dos bálcãs, com o incrível grupo MUTRIB que fez o público dançar aos ritmos quebrados do Oriente.

Essa fórmula da diversidade cativou o público.  O foco não foi unicamente o erudito – tivemos jogo de cintura para mesclar, e isso deu um gostinho diferente à série.

O astral era sempre alto e todos saíam das apresentações felizes e muitas vezes bastante emocionados.  Houve muita música boa e confraternização entre o público.  Criaram-se amizades.  E, nas últimas apresentações, havia um clamor, por parte dos assíduos, de que a série não se interrompa de vez, e volte, de preferência, ainda este ano.

Outros destaques desta fase da série:

-       a percussionista, cantora, dançarina italiana, residente em Nova York, Alessandra Belloni.

-       O mezzo-soprano carioca Clarice Prietto com seu lindo espetáculo A Palavra Cantada de Manuel Bandeira, que também contou com a participação do ator Carlos Moreno (o famoso e eterno ‘garoto da Bombril’), e, na platéia, o compositor Osvaldo Lacerda, figura importantíssima para a música brasileira, em talvez sua última aparição pública antes de seu falecimento em 19 de agosto.

-       Duas apresentações do musical infantil Opereta da Gramática.


Artistas e públicos se encantaram com a luz do sol invadindo o espaço pela grande janela de Lina Bo Bardi ou pelo teto móvel. 

Todos - artistas e público - apreciaram o tom mais leve, mais informal, conferido à série, sem a pompa e o “não-me-toque” que normalmente acompanha a música erudita. 

O verde do jardim deu ainda mais cor às apresentações.  E ficou em todos a vontade de que o projeto retorne o mais rápido possível.


Fotos da última apresentação em 24/7/2011 (por Sue Nhamandu):

 

  

 

ANEXO I

Depoimento sobre o concerto do Duo Violeta da Série Cortinas Lyricas do Teatro Oficina

            Somos um duo de música erudita que também passeia pela música instrumental de caráter mais popular e, como tantos outros grupos com essa proposta, sempre estamos em busca de espaços para mostrarmos o nosso trabalho.
            Soubemos do Projeto Cortinas Lyricas através de sua responsável, Naomy Schölling, e na ocasião mandamos uma proposta. Ficamos muito empolgados com a possibilidade de tocarmos no Teatro Oficina, local tão tradicional da programação teatral da cidade.
            O convite chegou e realizamos um agradável concerto no dia 14/05/11, rodeado de amigos e num clima de “sarau” que poucas vezes pudemos sentir nos diversos concertos que já realizamos pela cidade. Se uma das propostas do projeto é aproximar a música erudita do público, isso acontece plenamente nas manhãs do Teatro Oficina. O público se acomoda ao redor do palco e podemos falar das músicas e compositores como se estivéssemos em casa, em uma conversa informal.
            Esse projeto também tem uma missão importante de formação de público, de educação cultural. É um trabalho árduo e demorado dentro da realidade cultural dos dias de hoje onde as pessoas pouco saem de casa para consumirem cultura e, nas suas casas, carros, ipods e celulares, são sufocadas pela música imposta pela mídia.
            Acreditamos nesse projeto assim como acreditamos na possibilidade de mostrarmos outras formas de fazer música, além de conquistar novos ouvintes e apreciadores de música erudita!
            Parabéns a Petrobrás que patrocina o projeto! Parabéns ao Teatro Oficina que abre suas portas para a música! E, principalmente, parabéns à Naomy por sua coragem, empenho, dedicação e determinação em manter esse espaço vivo para os apreciadores da música erudita!

Rosa Barros e Marcelo Brazil
Duo Violeta – www.myspace.com/duovioleta

ANEXO II


Naomy

Como assíduo participante, saio de Cotia todo sábado e domingo para uma nova, sensível e tocante aventura desse incrível projeto.

Parabéns pela qualidade das apresentações. Quando tanto se fala na inclusão digital, o projeto batalha pela inclusão cultural.

Parabéns também à Petrobras, que acertou em cheio no patrocínio.

Meu carinhoso abraço

Sergio Hotimsky



ANEXO III


Bom Dia Naomy,

Passaram-se já duas semanas desde que estive pessoalmente no Cortinas Lyricas no Oficina.

Foi um prazer estar presente, o sol da manhã entrando pelas janelas da casa do Oficina evoca os sentidos, um cheiro de terra fresca próprio das manhãs em espaços intimistas.

A Proposta do Cortinas é bárbara. Temos música de excelente qualidade, em uma casa aquecida pela criação, além do uso também criativo da internet, disponibilizando imagens, e os arquivos de som pelo rádio nos aproxima, diminui as distâncias físicas e nos torna parceiros de um mesmo projeto, no cultivo da Alma.

Meu desejo compreende vida longa a este Pro-jeto, que pro-jeta a Alma em cada um de nós e na espaço, nas relações em que vivemos.

Meu Abraço Amazônico a você,
Bete Christofoletti



ANEXO IV


Em resposta a uma mensagem enviada ao youtube dele, onde ele postou várias apresentações do Cortinas Lyricas:


Ola!
Obrigado por mensagem.

Sim, eu vou para o concerto do sabado, pois infelizmente ainda nunca assisti sua apresentacao nem uma lugar.

Uma coisa muito triste para mim eh "
cortinas lyricas" vai acabar no fin de julho.

Ate agora, eu fui onze concertos de "
cortinas Lyricas" deste abril.  Gostei de todos, especialmente dois de semana passada foram inesquecivel.

Hoje, fui a SESC Pinheiros para o show em que alguns menbros do "Gabriel Levy & Grupo" participam.  Maravilhoso!

Sem notificacao do fim do concerto de “cortinas Lyricas” do domingo passado, eu nao iria la.  Ja no seguda feira, comprei o ingresso, entao pude assistir em otima lugar.
 
Espero mais um concerto em que Carlnhos Antunes vai participar no julho.

Obrigardo por todos concertos excepcionals.

Kazuo Ota (saopaulopacaembu)

ANEXO V

http://escrevo-existo.blogspot.com/2011/06/voz-violao-e-encantamento.html

quarta-feira, 1 de junho de 2011 - VOZ, VIOLÃO E ENCANTAMENTO

 

Adélia Issa, soprano, e Edelton Gloeden, violão, nos ofereceram, no último domingo de maio, pequenas e raras jóias musicais, às quais acrescentaram o brilho de suas interpretações. Raro foi esse evento, realizado na série Cortinas Lyricas, do Teatro Oficina, porque são poucas as oportunidades que temos de ouvir composições que vêm da Idade Média e Renascença, e ainda mais raras quando são obras compostas originalmente para voz e violão.

As peças de “tradição e folclore” – subtítulo do evento – são em inglês, em arranjos de Benjamin Britten; em espanhol, em arranjos de Robert Gehrard e de Joaquin Rodrigo, famoso por seu Concerto de Aranjuez; em francês, arranjadas por M. Seiber. As raras canções em português são harmonizadas por Fernando Lopes Graça, escritor, compositor e musicólogo português, que assessorou Béla Bartók em Portugal, quando este dedicou-se às pesquisas folclóricas em solo lusitano. Mais conhecido como escritor e musicólogo, Lopes Graça demonstrou boas qualidades em seu trabalho composicional.

O recital contou ainda com peças para violão solo, que entremearam a parte de canto. A Mazurca de Tansman e as Sevillanas, de J. Turina ,são obras fortes, que exigem técnica firme e virtuosismo ( o que Gloeden realiza com plenitude). A segunda obra, dedicada a Andrés Segóvia, com seus “rasqueados”, evoca o repertório flamenco. O violão brasileiro, que é uma tradição à parte, foi representado por Radamés Gnatalli, com sua Tocata em ritmo de samba nr 2, que exige as mesmas qualidades que as anteriores.

O argentino Carlos Guastavino, falecido em 2000, compareceu com a encantadora e nostálgica Pueblito, mi pueblo, que nos anos de ditadura foi uma espécie de hino dos exilados políticos – conforme nos informou Adélia Issa. E o brasileiro Mozart Camargo Guarnieri, falecido em 1993, foi representado pelas 3 canções brasileiras, que trazem o mesmo tom jocoso que as peças antigas: Vou-me embora, Quando embalada e Quebra o coco, menina (esta, com texto de Juvenal Galeno).
 O bis não foi menos interessante: a cantiga de Natal de Ernest Mahle com texto de Vinícius de Moraes.

O perfeito entrosamento entre ambos, a bela voz e interpretação solta, leve e adequada, de Adélia Issa, e a feliz escolha de repertório deixaram o público entusiasmado. Tão entusiasmado que os aplausos emocionaram até as lágrimas a produtora do evento, Naomy Schölling. Graças ao patrocínio da Petrobras, que vem presenteando o público paulista com belos recitais, foi colocado em cena um jovem poeta, Daniel Ferreira, que, parafraseando trechos do repertório, manifestou em versos seu deslumbramento.

Um domingo feliz para todos nós. Que nos irmanamos nos aplausos... pela beleza e encantamento... pelos momentos felizes, ao som de voz e violão ...

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